Comentários:
Charles Kiefer
O tempo parece ter-se encarregado de demonstrar que duas das divindades citadas, Maupassant e Kipling, tinham os pés de barro.
Flávio Moreira da Costa
Mais do que crer, cultivar, vivenciar, amar. Ame a literatura. Não precisa nem escolher seus mestres: eles te escolherão.
Moacyr Scliar
(...) Crê num mestre, diz Quiroga, e ça va sans dire. Quem escreve contos procura mestres, como procura mestres quem faz música, ou filosofia, ou marcenaria. Buscar apoio é uma consequência natural de nossa insegurança, mas é também o testemunho de nossa admiração, de nossa referência por alguém. Agora: "mestre" é uma categoria imprecisa. O mestre para mim não o é para o meu vizinho. Poe é mestre, Tchekhov é mestre; será que Kipling é sempre mestre? E onde está Kafka, cuja leitura foi uma revelação para tantos? Onde estão os contos de fadas? E as parábolas bíblicas? Mais: mestre é mestre, mas - é divindade? Será? Será que diante daqueles que escrevem bem devemos nos colocar numa posição genuflexa? Ou será que devemos estudar a maneira como constroem a sua história, detectando também suas fragilidades, seus erros, seus fracassos? Crer num mestre - sim. Mas crer descrendo. Crer pagando para ver.
QUIROGA, Horacio. Decálogo do Perfeito Contista. Organização de Sérgio Faraco e Vera Moreira; Comentários de Aldyr Garcia Schlee... [et al.]. Porto Alegre: L&PM, 2009.
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